Enxergar a inovação como um estado mental significa compreender o poder transformador que ela possui e perceber que sua manifestação pode ser espontânea, desde que estejamos com a mente aberta e atentos ao que acontece ao nosso redor. É essa abertura que nos permite identificar oportunidades, conectar ideias e catalisar mudanças.
Com a ascensão da inteligência artificial, essa visão tornou-se ainda mais evidente. Recentemente, ao ler o sumário executivo da Accenture intitulado Reinvention in the Age of AI, uma reflexão chamou minha atenção:
"Por que a IA generativa é diferente de outras inovações tecnológicas que vimos nos últimos anos? Essa tecnologia tem o poder de reinventar todas as partes de uma organização. Isso é novo. Por meio de nosso trabalho, vemos evidências empíricas de que essa tendência já está em movimento, particularmente à medida que a IA generativa rapidamente causa disrupções em todos os setores."
Essa afirmação reforça a ideia de que a inteligência artificial, especialmente em sua forma generativa, não é apenas mais uma ferramenta, mas uma força transformadora com potencial para redefinir organizações inteiras e seus modelos operacionais.
Um conceito que complementa essa visão é o de Autonomous Innovation, que aborda como a inovação pode ser gerada de maneira autônoma, quase como um movimento orgânico dentro de sistemas preparados para absorver e aproveitar o novo. Além disso, a ideia de Reinvenção dialoga diretamente com o conceito de Reengineering, descrito por Michael Hammer em seu artigo de 1990, Reengineering Work: Don’t Automate, Obliterate. Ambos tratam da capacidade de romper com padrões tradicionais e reconstruir processos e modelos de forma mais eficaz.
Para impulsionar a inovação, é indispensável observar os ciclos e seus significados. Isso envolve não apenas estar atento ao que já aconteceu, mas também compreender o presente e antecipar possibilidades futuras. Assim, é possível não apenas acompanhar as mudanças, mas liderá-las.
Portanto, a inovação deve ser vista como um estado mental antes de ser um processo, método ou desejo. É uma atitude de reinvenção constante, de percepção aguçada e de vontade genuína de transformar o mundo ao nosso redor.